O ex-superintendente da Sudene, Danilo Cabral, foi exonerado do cargo na manhã desta terça-feira (5). Apesar de não ter recebido explicações formais, ele atribui a saída à pressão de lideranças do PT no Ceará, insatisfeitas com sua atuação em defesa do ramal Pernambuco da ferrovia Transnordestina.

Em entrevista exclusiva ao Diario de Pernambuco, Danilo foi enfático: continuará mobilizado pela conclusão do trecho Salgueiro–Suape, mesmo fora da função.

“O que eu defendi, vou continuar defendendo”, diz Danilo Cabral

Segundo ele, sua gestão foi marcada por articulações com universidades, empresários e a sociedade civil para acelerar a obra da Transnordestina no território pernambucano. Ele considera essas ações “irreversíveis”.

“Se ter feito essa escolha por Pernambuco teve esse custo político, eu vou pagar esse custo quantas vezes forem necessárias.”

A pressão do Ceará

Danilo Cabral acredita que sua exoneração foi motivada por uma tentativa de interferência política na disputa entre Ceará e Pernambuco sobre o traçado e os investimentos da ferrovia.

“Não fui para tratar de questões provincianas, mas para ter um olhar estratégico para a região.”

Ele defende que a Transnordestina avance nos dois estados, mas cobra equilíbrio:

“O que a gente não pode ver é uma obra que tem um papel integrador, dialogando com 41% do PIB do Nordeste, sendo executada de forma desequilibrada.”

Mesmo fora da Sudene, Danilo afirma que segue engajado na luta por melhorias estruturais para o estado. O ex-deputado argumentou na entrevista que seu compromisso não é com grupos políticos, mas com o desenvolvimento regional.

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