A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro acendeu o sinal de alerta entre parlamentares da oposição. Um dos que se manifestaram com veemência foi o deputado federal pernambucano Mendonça Filho, que classificou a medida como uma ameaça direta à democracia.

Em declaração pública, Mendonça afirmou:

“O direito à livre manifestação deve ser sagrado numa Democracia. A prisão domiciliar do ex-presidente Bolsonaro, por se manifestar publicamente em sua defesa, corrói a Democracia, escala a crise política e divide ainda mais o país.”

Mendonça Filho cita o caso Lula ao criticar medida

O deputado comparou a situação de Bolsonaro com a do atual presidente:

“Lula foi condenado em três instâncias, preso e nunca perdeu o direito de se expressar e fazer sua própria defesa. Todo cidadão, acusado de qualquer crime, tem direito ao devido processo legal e à ampla defesa.”

Para Mendonça, a decisão deveria passar pelo plenário do STF, e não ser tomada de forma monocrática.

Entenda o caso: Bolsonaro e a prisão domiciliar

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ocorreu após Bolsonaro aparecer em vídeos durante atos públicos no domingo (3), o que violaria a proibição de uso de redes sociais, direta ou indiretamente.

No dia seguinte (4), Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro, o que acirrou ainda mais os ânimos no retorno dos trabalhos do Congresso, nesta terça-feira (5).

Oposição prepara reação no Congresso

A volta das sessões na Câmara e no Senado virou palco para discursos inflamados da oposição bolsonarista, que promete:

• Pressionar pelo impeachment de Alexandre de Moraes;
• Cobrar anistia ampla aos réus do 8 de janeiro, incluindo o próprio Bolsonaro;
• Marcar presença em plenário com discursos duros contra o STF.

Senadores intensificam ataque a Moraes

Líderes do PL e da oposição no Senado endureceram o tom:

• Carlos Portinho (PL-RJ): “Faltam apenas cinco assinaturas para o pedido de impeachment de Moraes.”
• Rogério Marinho (PL-RN): “Fora, Alexandre de Moraes. Impeachment já!”

Apesar da pressão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, já descartou a possibilidade de abrir processo contra o ministro do STF.

Deputados bolsonaristas falam em ‘vingança política’

Na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Zucco (PL-RS) também subiram o tom:

• Sóstenes: “Acabou a democracia no Brasil. Isso não é justiça, é vingança política.”
• Zucco: “A democracia está em risco. O Brasil vive um estado de exceção.”
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