Tarifa dos EUA ameaça produção de açúcar em Pernambuco e pode gerar demissão em massa
Usinas de açúcar de Pernambuco podem perder mercado nos EUA com nova tarifa de 50%. Medida ameaça empregos e produção no estado. Entenda o impacto

A recente taxação de 50% sobre o açúcar brasileiro pelos Estados Unidos acendeu o alerta em Pernambuco.
O estado, que exporta toneladas do produto a partir do Porto do Recife, pode ser duramente atingido com a nova medida, e o impacto pode ser sentido no bolso dos trabalhadores nordestinos.
Tarifação dos EUA derruba competitividade do açúcar nordestino
A agroindústria da cana-de-açúcar no Nordeste, que antes se beneficiava de uma isenção de tarifa para exportar aos EUA, agora está prestes a enfrentar um cenário crítico.
Segundo a Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia, a nova tarifa de 50% imposta pelos americanos pode provocar uma perda de mais de R$ 1 bilhão por ano para as usinas nordestinas.
Em Pernambuco, o reflexo pode ser direto. Isso porque o estado é um dos principais exportadores de açúcar a granel para os EUA
Somente este ano, 58 mil toneladas já foram embarcadas a partir do Porto do Recife
Porto do Recife ainda não teve prejuízo, mas alerta está ligado
De acordo com a administração do Porto do Recife, ainda não houve prejuízos imediatos, mas as empresas já monitoram de perto os desdobramentos.
As mercadorias destinadas aos Estados Unidos estão em compasso de espera, aguardando redirecionamento para novos mercados, caso o tarifáço não seja revertido.
“Estamos em busca de outros parceiros comerciais, mas não dá para ignorar o peso da exportação de açúcar para os EUA”, destacou a administração do porto.
Cana começa a ser colhida este mês em PE, mas cenário é incerto
A colheita da cana-de-açúcar em Pernambuco começa ainda este mês, com o fim do período chuvoso. Mas o setor produtivo está em clima de apreensão.
Produtores alertam que a nova tarifa compromete:
- A estabilidade do mercado externo
- O planejamento da safra
- Os investimentos em novos equipamentos
Além disso, há risco para milhares de empregos do estado.
Mais de 250 mil empregos em risco no Nordeste
O setor de açúcar e etanol é responsável por cerca de 250 a 260 mil empregos diretos e formais no Nordeste. Empresários afirmam que a medida pode:
- Deflagrar uma onda de demissões
- Desacelerar a modernização industrial
- Reduzir a renda de trabalhadores rurais e urbanos
“É um sinal grave de desemprego e desindustrialização na região”, afirmou um representante do setor.
Produtores querem manter o diálogo com os EUA
Mesmo diante do cenário preocupante, o setor produtivo nordestino ainda aposta no diálogo diplomático como forma de reverter a medida.
“Não vamos desistir da busca por uma solução que seja saudável para os dois países”, disse a Associação dos Produtores.
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