Justiça decide: adolescentes que cometeram racismo em grupo de WhatsApp são condenados
Dois adolescentes foram condenados por racismo e homofobia após ofensas contra colega em grupo de WhatsApp. Caso ocorreu em Pernambuco

A Justiça de Pernambuco manteve a condenação de dois adolescentes acusados de racismo e injúria homofóbica contra uma colega de escola. O caso, que ocorreu inicialmente em um grupo de WhatsApp, ganhou novos desdobramentos após um segundo episódio de agressão verbal e física dentro da instituição de ensino.
A 2ª Turma da Câmara Regional de Caruaru, do TJPE, negou o recurso apresentado pelos jovens e confirmou a sentença da Vara da Infância e Juventude de Arcoverde, no Sertão.
Ofensas ocorreram em ambiente escolar e virtual
De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), os adolescentes usaram termos ofensivos como:
- “Cabelo de bombril”
- “Sapatão”
- “Cabelo ruim”
- “Nega veia podre”
- “Lesbicona”
As agressões foram direcionadas a uma adolescente que, segundo o MPPE, ainda passou por um episódio físico e verbal nas dependências da escola. A vítima está em tratamento psicológico após o ocorrido.
Confissão e defesa
Durante interrogatório, um dos envolvidos admitiu ter chamado a colega de “cabelo de bombril” e “lesbicona”. A outra adolescente também confirmou ter usado a expressão “nega veia podre”, mas tentou argumentar que o xingamento não tinha conotação racial.
No entanto, o desembargador relator do caso, Paulo Augusto de Freitas Oliveira, afirmou que as provas são “harmônicas e convergentes”, sem margem para dúvidas quanto à autoria das ofensas.
Justiça aplica medidas socioeducativas
A condenação inclui:
- Prestação de serviços comunitários
- Liberdade assistida
- Obrigação de reparar o dano causado
A internação foi descartada por ausência de antecedentes infracionais.
O julgamento do recurso foi unânime entre os desembargadores, reforçando a gravidade dos atos cometidos.
Caso corre em segredo de Justiça
Por envolver menores de idade, o processo tramita sob segredo de Justiça. Apesar disso, a decisão serve como alerta sobre a seriedade com que o Judiciário trata casos de racismo e homofobia, mesmo em ambientes virtuais como grupos de WhatsApp.
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