A política, muitas vezes, se comunica menos pelas palavras e mais pelos sinais. E o que vimos nesta semana, no Agreste, deixou uma mensagem impossível de ignorar: João Campos será candidato ao governo de Pernambuco em 2026.

Não foi apenas uma visita protocolar. Foi um movimento carregado de gestos políticos calculados. O prefeito do Recife se colocou à frente da cavalgada de Canhotinho, ergueu a bandeira de Pernambuco e ainda divulgou nas redes um vídeo em que um poeta prevê seu futuro como governador. Em política, símbolos não são apenas detalhes; são declarações públicas.

O silêncio que fala alto

Nas entrevistas concedidas no fim de semana, João não confirmou a pré-candidatura, mas também não negou. E, convenhamos, em política, quando a negativa não vem de forma firme, o recado já está dado.

Mais do que isso: no Recife, outro sinal se desenha. O vice-prefeito Victor Marques vem assumindo cada vez mais responsabilidades, aparecendo em eventos e ganhando espaço nas redes sociais. É um treinamento silencioso para, quem sabe, assumir a prefeitura caso João deixe o cargo para disputar o Palácio do Campo das Princesas.

A leitura dos bastidores

Até pouco tempo, dentro do grupo da governadora Raquel Lyra, circulava a hipótese de que João poderia recuar. Um prefeito aliado dela chegou a me confidenciar: “Talvez ele não queira manchar seu nome com uma derrota na eleição para governo”. Essa hipótese, porém, perdeu força. Hoje, o clima é de que João está decidido a entrar no jogo.

Isso não significa, no entanto, que Raquel esteja parada. Muito pelo contrário. Aliados da governadora lembram que ela tem em mãos a máquina do Estado e, agora, um arsenal de empréstimos bilionários aprovados pela Alepe para turbinar investimentos em um ano pré-eleitoral. A disputa será dura, aberta, e promete mexer com todas as peças do tabuleiro.

Se em algum momento alguém duvidou da candidatura de João Campos em 2026, essa dúvida ficou para trás. Ele pode até adiar a confirmação oficial, mas seus atos já falam mais alto do que qualquer discurso. E, na política, sinais não apenas importam — eles definem rumos.