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Ribeirão,08/08/2025

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Aécio de Paula

Como Danilo Cabral pode usar demissão na Sudene como trampolim eleitoral

Exoneração da Sudene vira trunfo político para Danilo Cabral, que tenta se consolidar como defensor de Pernambuco e transformar a saída em capital eleitoral

Foto: Divulgação
Como Danilo Cabral pode usar demissão na Sudene como trampolim eleitoral

A exoneração de Danilo Cabral da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) na última terça-feira (5) poderia ser o fim de mais um capítulo discreto na vida pública de um ex-deputado federal que, em 2022, tentou chegar ao governo de Pernambuco e não conseguiu nem passar para o segundo turno.

Mas Danilo parece estar disposto a transformar essa página em combustível político.

Desde que deixou o cargo, o ex-superintendente vem repetindo nas redes sociais e em entrevistas uma narrativa clara: foi demitido por defender Pernambuco.

Ao vincular a saída a sua atuação em favor do ramal Salgueiro–Suape da Transnordestina, ele posiciona o episódio não como derrota, mas como ato de coragem, e já planta a ideia de que “pagou o preço” por não se curvar a interesses políticos externos.

Narrativa de mártir regional

O discurso é simples e eficaz: Danilo afirma que, mesmo fora da Sudene, continuará mobilizado pela conclusão da obra.

Faz questão de destacar que sua gestão buscou unir universidades, empresários e sociedade civil para acelerar o projeto e que essas ações são “irreversíveis”.

Na lógica política, esse é um reposicionamento estratégico. Ele tenta se apresentar como um político que coloca o interesse do estado acima de arranjos partidários, uma imagem que, se bem trabalhada, pode render dividendos eleitorais no futuro.

A disputa Ceará x Pernambuco como pano de fundo

A saída de Danilo expôs mais uma vez o embate entre interesses cearenses e pernambucanos sobre o traçado e os investimentos da ferrovia.

Ao dizer que não entrou na Sudene para “tratar de questões provincianas”, mas sim para ter um olhar estratégico para a região, Danilo tenta se diferenciar como figura com visão ampla, ao mesmo tempo em que critica, de forma indireta, a priorização de obras no Ceará.

Esse embate regional, embora antigo, oferece a ele a chance de se posicionar como defensor da “equidade” no desenvolvimento do Nordeste, um discurso que pode agradar tanto eleitores locais quanto setores econômicos ligados à logística e exportação.

Ganhos políticos e eleitorais possíveis

Se no curto prazo a exoneração é um revés administrativo, no campo eleitoral ela pode ser uma oportunidade. Danilo passa a falar para um público que valoriza a ideia de resistência e independência.

A postura também reforça a ideia de que ele seria um político de perfil técnico, mas com coragem de bater de frente, algo que pode ser útil em futuras disputas, especialmente se ele decidir voltar a concorrer a cargos majoritários.

No fim das contas, Danilo Cabral sai da Sudene com menos poder institucional, mas com um roteiro pronto para tentar conquistar de volta espaço político: o de um "ex-gestor que foi afastado porque ousou defender Pernambuco".



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